Em todos os Projetos de Educação dos nossos dias, a preocupação com o desenvolvimento das competências humanas é um facto. Não basta que os nossos alunos desenvolvam apetências que lhes permitam adquirir conhecimento, despertar para a ciência, a arte, para a robótica, programação, … . Na base da pirâmide estão os “soft skills”, hoje em dia tão trabalhados e potenciados nos recursos humanos das organizações para que estas se desenvolvam, aperfeiçoem, cresçam.
Acreditam os pedagogos que é desde tenra idade que nos deveremos concentrar no desenvolvimento das competências humanas das nossas crianças para que desenvolvam a capacidade de partilha, a generosidade, a aceitação do próximo, a amizade, a honestidade, a verdade, a humanidade, etc.. Para tal, necessitamos de ter sempre presente, como educadores, alguns pressupostos:
a) A importância e o estímulo para uma boa “auto- estima”
As nossas crianças necessitam que lhes reconheçamos as “boas ações” e que se estimule a sua auto- estima. As palavras e ações dos pais têm um enorme impacto no desenvolvimento da sua personalidade de forma positiva. O elogio das conquistas, feito pelos pais, a quem eles reconhecem a primeira e verdadeira autoridade, tem um efeito enorme no desenvolvimento da criança. As crianças ficam orgulhosas, sentem-se fortes e capazes e sobretudo sabem que estão no caminho certo. O contrário a esta prática, ou seja, denegrir comentários ou fazer comparações negativas com outras crianças não é o caminho certo. Haverá sempre que fazer correções e críticas, mas essas devem ser feitas em privado e com um carater sempre construtivo.
b) A disciplina – limites e balizas
A disciplina – construção de limites consistentes, objetivos e simples – ajuda a criança a escolher o seu comportamento e a aprender a exercer o seu auto - controle. Se não tiver limites claros não saberá com o que pode contar. É claro que as crianças tentarão testar os limites e ultrapassá-los, mas por isso mesmo é fundamental ter claro as fronteiras e as consequências de as ultrapassar. O Royal College of Psychiatrists do Reino Unido, publicou uma série de documentos informativos, dirigidos a educadores, sob o título “Saúde mental e crescimento”. Essas recomendações enfatizam a importância do desenvolvimento de instrumentos para que se eduquem crianças responsáveis desde a mais tenra idade. As regram são uma parte importante do dia a dia da criança, que possibilita a sua convivência com os outros, na família e no colégio.
c) O Exemplo que somos
Nunca é de mais referir que “faz o que eu digo e não faças o que faço” não é solução. As crianças observam os pais e os adultos que as rodeiam, até à lupa. Devemos promover comportamentos positivos, tendo consciência que serviremos de modelo e que as qualidades que demonstrarmos serão as que os nossos ”pequenos índios” vão interiorizar.
É muito importante e relevante que converse com os seus filhos sobre os comportamentos que quer observar. Explique o porquê das regras de forma clara, sucinta e simples. Há sempre boas razões para os bons comportamentos e falar sobre o assunto será sempre benéfico. A racionalidade das boas ações deve ser clara para os mais pequenos. Seja claro e constante possível.
Os adultos, os pais, os educadores devem ter em conta que é a eles que cabe alguma mudança no ambiente para que este se melhore e permita o desenvolvimento dos filhos no sentido de uma melhoria contínua. Por isso fazer uma introspeção e promover uma melhoria contínua do nosso ambiente, cabe-nos a nós, adultos.
d) Amor incondicional
O amor incondicional que existe na relação que une pais e filhos é para se mostrar. O esforço que fazemos para educar, as regras criadas, as críticas e reflecções que devemos promover para educar os nossos filhos, não devem ser de forma a que se “esqueça” que o amor incondicional sempre vinga. Os filhos devem ver nos pais os orientadores corretivos de algumas ações, mas em primeiro lugar devem ver nos pais, aqueles que os amam incondicionalmente “no matter what”.
Recomendamos o site da revista HACER FAMILIA: https://www.hacerfamilia.com/, onde encontrará variados e atuais artigos sobre educação.
Atividade sugerida:
Ida à Biblioteca dos Coruchéus (de 15 de janeiro a 28 de fevereiro de 2020)
Ligue e marque a visita para 21 8172049 ou escreva para: bib.corucheus@cm-lisboa.pt
Tema: ouvir contar um conto: | A árvore antiga | Que cantou na brisa | Tornou-se cantiga|
“ A cultura não existe para enfeitar a vida, mas sim para a transformar para que o Homem possa construir a construir-se em consciência, em verdade e liberdade e em justiça”
Sofia de Melo B. Andersen, 1975
Nota: Todos os livros deste destaque de coleção são passíveis de empréstimo.